domingo, 27 de dezembro de 2009

inconstâncias de mim mesma...

Como Clarice conseguia dar vida há tantos sentimentos que vivem aqui dentro imersos em mim?
Às vezes sinto que não sou desse mundo...tudo é tão diferente...os interesses, os valores, as preocupações..
Como fazer parte sem sucumbir? Como amar sem sofrer? Como respirar sem morrer ao mesmo tempo um pouquinho a cada dia, um bocado a cada mês?...
Como dar conta de ser eu mesma, feito Clarice, sem carregar tanto drama nas palavras ou na própria vida?
Como simplesmente ser?....
reflito agora...no instante..preciso ter mais fôlego pra seguir em frente...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

sem descrição...

dia ruim...
bolo no estômago...
sensação estranha tomando conta...
é como se eu fosse refém de meus pensamentos...
sem conseguir me libertar,
fico amordaçada...imobilizada...
sem forças para sair de dentro de mim...
vontade de sair correndo e gritar...
fôlego...
é o que eu peço...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Vi (ve) ndo

Entrega, vida, plenitude
Como é bom poder ser você mesmo
Como a vida é cheia de surpresas
É na arte do encontro que agente se faz pleno,
Intenso, contente
Sensação de força
O dia frio, poucas pessoas, mas muito calor
Máscara
Porque as usamos?
Porque as mantemos?
As vezes me incomodava por não usá-las,
me sentia desnudada, insegura, incapaz,
hoje sei que sou transparente
a menina transparente
a menina que se mostra
se expõe, se oferece à vida
vida que se faz disso...
poesia, paixão, encantamento
entrega, doçura, sofrimento
Hoje sei que meu sofrimento me completa
Descompletando.
Sou tantas coisas, máscaras
Sou meus muitos eus, meus muitos
Desvarios, descompassos, tropeços,
Sentimentos, sou raiva, sou amor,
Sou ódio, mas também sou calmaria,
Paixão, doçura, ilusão
o branco da folha me convida
Junto com a melodia a ser a minha estrada,
Meu caminho
Meu caminho é lento, progressivo, tortuoso,
Intenso, sou pequena, sou grande,
tenho fome
de pessoas,
Fome de histórias para contar,
de ser eu mesma sempre,
Fome de afeto,
de carinho,
de desejo,
Fome de compreensão,
Mas também dou comida,
a quem Precisa,
a quem me encontra,
Posso ser tantas coisas, o que eu quero ser?
Cansei de tentar achar respostas,
Quero apenas a companhia das perguntas,
Das coisas fugidias e calmas,
Ora incompreensíveis, ora desveladas...
Para que saber tudo?
Se a graça, a magia do existir está em procurar como gravetos o caminho? A trilha?
azul é a cor que escrevo, é dele que posso colocar minhas palavras
Meus sentimentos, como é bom essa arte de escrever,
Às vezes, caminhando pela rua me vem um desejo imenso de ser eu mesma,
De me revelar...no papel,
essa cumplicidade minha e do papel, que tem começado e me feito maravilhas,
é intenso e profundo,
relação de amor e ódio com o papel...
a música me invade, hoje estou num dia milkshake,
dia que dá vontade de ser vivido inteiro e não pela metade,
quero o sabor das horas,
quero a entrega dos minutos,
quero o colorido das vozes,
quero o abraço amigo e atento...
sou atenta e curiosa,
mas posso ser também descompromissada como quem olha pela janela o jardim ao entardecer,
não é preciso ter filosofia nenhuma, como diz Alberto Caeiro.

A visita

Sonhei que visitava um belo lugar
Não sei dizer se era interno ou externo
Era real, mas era também imaginário
Fui andando pela escola,
Vendo coisas de crianças,
Lendo poesias,
na medida que caminho sei que é real,
mas compartilho com minhas vivências
é gostoso fazer isso,
poder olhar de novo algo
como se fosse a primeira vez,
e revisitar lugares, velhos conhecidos,
com a possibilidade de sentir
algo novo,
não ter de pensar, racionalizar, analisar
mas sentir
sinto uma energia diferente brotando,
vou lembrando da minha infância na escola,
quando chego no jardim
a lembrança viva é a do dia de parquinho,
estudava no colégio de freiras e ficava
tão sujinha,
que delícia lembrar-me disso,
sem medo e sem reprimendas,
lembrei do menino que sujava e eu o criticava
já em outro momento da minha vida,
como pré-adolescente é bobo né:
Essa minha nova fase, de permissões, descobertas,
Tem me feito muito bem,
Consigo viajar,
Por tantos lugares,
Posso viver tantas coisas sem sair do lugar
Ou saindo de fato,
O que importa
É que vivo, respiro, transpiro, declamo
Faço poesia, faço frase,
Danço, rio, choro, compartilho comigo
Minhas emoções,
Compartilho
Com a vida,
E sou mais feliz,
Mais intensa,
Mais fiel ao que sinto,
Penso
quero viver
Cada vão momento como se fosse a última
Gota d’agua cristalina que tenho para
Saciar minha fome de mundo,
Fome de poesia,
Fome de olhar o outro,
De sentir o toque,
De poder ser-sendo,
Fome que não é saciada
Nunca,
Mas que pode ser abrandada
A cada gesto seu,
A cada doce olhar,
A cada momento
Que construo ao lado de alguém,
Ou ao lado do meu próprio alguém,
Me repenso,
Me faço e me desfaço,
Me sinto mais leve, mais livre,
Mais feminima,
Sinto que dou conta, dos trancos e
Barrancos, das travessias curtas e
Das viagens também longas,
Estou munida de sentimento e magia!

sábado, 19 de setembro de 2009

.....

É na angústia que você é arrancado da mesmice, da vida "morna" que leva para sentir plenamente a existência, seja iniciada por sofrumento ou depois do ressignificado pela alegria de se estar vivo! e vibrante!!

escrito há umas tantas caminhadas atrás...

Andando e pensando na vida,
andando e querendo viver,
andando e sentindo o ar...
peraí, deixa eu escrever antes
que eu perca a inspiração...
quero sentir o meu ritmo...
movimento-me sentindo as pessoas...
me sentindo...não tenho mais pressa...
quero apenas viver...o vazio às vezes é bom...
percebo a faculdade...tudo hoje tão parado e
vazio...parece que estou sozinha...mas é bom
ficar nesse lugar...dar conta desse vazio...
não me amedronta tanto mais...
Dizem que quem quer ter liberdade deve pagar
pelo preço da solidão...nem todos tem coragem
de vagar sem serem reconhecidos...estarei eu disposta?
Quero mais...preciso de mais...preciso sair deste
lugar...respirar...o pulmão me pede...o pensamento
vagueia no sonho, o coração pulsa e o
sangue quente corre...é hora de decidir...
como pende para o lado a minha vida...
vida que se faz vida...
na dança, no movimento, na entrega...
no sofrimento...eu com minha saia..
minhas fitas, meu cabelo rodado como a saia...
rodopio...
Não tenho intenção de que seja poesia..
tenho intenção apenas que seja...

inconstâncias...

Escrevo porque o instante
existe
escrevo porque a palavra
surge
escrevo porque os sentidos
transbordam
escrevo porque a poesia
chega devagar
vai se fazendo presente
as palavras tem me ajudado
a suportar
a conter
a descobrir o mundo
a revisitar lugares, olhares,
pessoas
a me permitir
ser eu
ser pessoa
sê inteira
escrever é feito nuvem
flutuante
liberdade de poder ser
estou numa mistura
de palavras que vêm
páro por aqui...

terça-feira, 9 de junho de 2009

no trajeto...a frase!

Viver é um ato de coragem, a maioria das pessoas apenas sobrevive...

pulsação

Eu me recuso a não viver inteira, plena....
quando me deparo com momentos de "estranhamento" de mim mesma,
de inquietações..de angústias..
sinto que apenas existo....e isto me dói.

domingo, 7 de junho de 2009

Uma boa pedida...


Para quem assistiu e se encantou com a pequena e doce Doroty no clássico "O mágico de Oz", vale a pena se deliciar com "Tin Man - A Nova geração de Oz"...muito interessante e um convite para refletirmos sobre a nossa existência...e nossa busca no mundo e a importância do caminho "de volta pra casa..."....


!!!! simplesmente divino! um lugar na Mongólia!

a palavra-ato

Na minha palavra está o meu próprio sofrer...
minha limitação e minha infelicidade..
por isso preciso ressignificá-la, transformá-la,
senão é como se eu mesma me envenenasse...
mas porque escolho-as?
"se você sempre faz as coisas do mesmo jeito, sempre obterá os mesmos resultados...e há sempre mais"...

domingo, 10 de maio de 2009

Eu te peço...

Não me faça sorrir quando quero chorar,
Não me faça dizer adeus, quando quero estar perto,
Não me faça falar, quando o que eu quero é calar.

São tantos os pedidos...
Intransigentes..
Deixa que eu apenas viva.

Andando na rua, de repente vem a pergunta...

Como estar plena para viver o instante?
Será que Alberto Caeiro realmente conseguia?
Quero viver o instante-já de Clarice sem lembranças de um ontem e preocupações com um depois.

Inquietações...

Medo

Medo de me envolver
De me entregar
De não estar pronta
De não sê inteira

Medo do passado
Do presente
Medo de reproduzir
E não deixar fluir
Medo do encontro
Da descoberta
Medo de ser

Porque será que criei
Relações impossíveis?
EVITAÇÃO??
Se é impossível não preciso viver
Sentir, tocar, me entregar
Revelar, assumir...

Incômodo
Marcas de um passado que se faz presente
Mas e o meu corpo?
Terei coragem para a intimidade?
Como fazer para deixar que
O desconhecido se torne
conhecido?
Como não ansiar, esperar,
Criar expectativas?
São duvidas que me atravessam...
Terei eu coragem para
Viver tudo isso de novo?
Até que ponto estou resolvida
Para entrar em CONTATO
Com outro?

Penso que estou na transição...
Concordo com Jabor
“Nem todo convite pra sair é para dar casamento...ou namoro...”
Porque criar pactos: pactos de não sentir, não envolver, não misturar,
Não sofrer, não, não, não...
O que eu quero de verdade?
Saberei na hora ou daqui a pouco?
Não sei...sei que quero a
Vida, mesmo sofrida, porém,
Sempre bela
Poesia!!!
EN(IN)CONTROS

quando me dou para mim mesma...

Corpo

Meu corpo pede movimento
Pede calma
Pede vida
Pede intensidade
É bom quando me permito experiências corporais como essa e tantas outras que venho buscando e ainda preciso buscar...

Isso me reconecta
Me dá sustentação e leveza
Fico em contato
Comigo e com o outro
Este outro – ser humano,
Ser vivo, energético,
Ser de vida – cosmos,
Imensidão.
A dança, o corpo em
Movimento me faz me
Sentir um ser de força,
De intuição, pleno, potente.
Estou me sentindo muito bem
Física-mental-energética-emocionalmente.

Acredito no efeito de sincronicidade
Da existência e das coisas transcedentes...
Não foi por acaso que te conheci,
Nem como é por acaso a minha presença
Neste espaço de movimentos,
De consciência corporal.

eu e meu corpo...

Exausta

O corpo pede descanso
É preciso tempo
Para acomodar
Para digerir
Para compreender
Como é interessante
A experiência da
dúvida
do incômodo
do desassossego
aquilo que te tira do
eixo,
do centro
te reconecta a outra coisa
mas que flui
intui
não conclui
e abre
portas, janelas, ouvidos
possibilidades para
compreender o novo
de novo...
Se s
Estou vazia
Estou pronta para
Entrar em
CO(N)TATO...
Olhos
Olhar tocando sem tocar
Sentir vibrando sem olhar
Deixar ficar
Só...
No silêncio...no encontro...
Sensação de fusão
Fragmentação
Reorganização
O corpo pede descanso
A alma pede expansão
E a mente pede licença
Para ampliar
Mais a emoção em detrimento da
RAZÃO...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

A decisão de compartilhar...


Depois de muito pensar e viver....resolvi simplesmente compartilhar...o quê? Um pouco de mim, daquilo que se constrói aqui dentro, da minha alma, do meu coração, são coisas como erupções na pele, extravasam, transbordam e então eu escrevo...
Alguém pode estar se perguntando..mas o que tem a Amèlie a ver com isso, muito e ao mesmo tempo nada...foi revisitando um pouco de sua vida e da minha, que a coloco aqui, quem sabe um dia desses eu compartilho um pouco da minha relação com essa bela e interessante personagem!